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“Parto humanizado combate violência”, diz enfermeira

De acordo com a enfermeira obstetra Olívia Silva, o parto humanizado é um movimento que tenta eliminar a conduta intervencionista, que desrespeita o fisiológico ou que desrespeita a vontade da mulher. “O parto humanizado vem combater a violência obstétrica”.

 

A enfermeira e membro da comissão de saúde da mulher do Conselho Federal de Enfermagem Fátima Sampaio explica que o parto humanizado é uma característica do processo. “Nem sempre um parto vaginal é um parto humanizado, porque muitas vezes se utiliza práticas que são violentas”.

Fátima enfatiza que muitas mulheres têm medo do parto fisiológico pela falta de esclarecimento sobre gravidez e parto. “Ela ouve que dói muito, que ela vai ficar lacerada, que a vagina vai ficar larga”. A enfermeira elucida que o parto humanizado pode trazer muitos benefícios para a mulher. “Ele ajuda a vivenciar esse momento de forma plena, da forma que ela escolhe, de forma respeitosa, oportuniza ela a viver esse momento”.

“Como doula, meu papel é acima de tudo orientar a gestante”

Psicóloga formada pela Universidade de Brasília, doula e educadora perinatal, Érica de Paula atua acompanhando partos hospitalares e domiciliares com os principais obstetras e enfermeiras obstetras de Brasília. Além disso, é acupunturista formada em medicina tradicional chinesa e especializada em acupuntura aplicada à ginecologia, obstetrícia e pediatria. Érica foi questionada pela equipe de reportagem sobre questões acerca do trabalho das doulas e violência obstétrica.

O que é doula? Qual a importância dela?

Doula é uma profissional treinada que dá suporte físico, informacional e emocional à mulher durante os períodos de gestação, parto e puerpério. A presença dessas profissionais no parto está associada a um menor índice de cesarianas, menos necessidade de ocitocina, analgesia, maior sucesso com a amamentação e satisfação com a experiência do parto.  

 

No caso de uma violência obstétrica, qual deve ser a conduta da(o) acompanhante nessa situação?

O acompanhante pode ser testemunha do que está acontecendo, enquanto a gestante deve pedir cópia do prontuário e pode procurar a defensoria pública, o Ministério Público Federal (através da "sala de atendimento ao cidadão”) ou ligar para o 180 (violência contra a mulher) e 136 (disque saúde - ouvidoria geral do SUS).

A ONG Artemis, que trata de violência contra a mulher, também possui um mapa da violência obstétrica no país em seu site, colhendo relatos e ajudando que outras mulheres não passem por isso.

Quais os pós-traumas mais frequentes após episódio de violência obstétrica? Os traumas são mais físicos ou psicológicos?

Toda intervenção, quando realizada desnecessariamente (exemplo: cesariana, utilização de hormônios sintéticos, rompimento artificial da bolsa amniotica, manobra de Kristeller, etc) possui seus próprios riscos inerentes ao procedimento. Já os traumas emocionais podem incluir sentimentos de vulnerabilidade, inferioridade, abandono, instabilidade emocional, medos, insegurança, perda de dignidade, etc.

Já presenciou algum caso de violência obstétrica? Pode contar sobre?

Como doula, meu papel é acima de tudo orientar a gestante durante o pré natal para que ela esteja munida de informações e consiga evitar passar por situações de violência obstétrica. Portanto, a gestante já sai bastante informada para conversar com seu médico, para criar um plano de parto que busque evitar intervenções desnecessárias.

Mesmo assim, em algumas situações pude presenciar sim violência obstétrica, e nesses casos precisamos redobrar o cuidado com essa mulher no pós parto, para que ela obtenha todo apoio emocional necessário.

Esta é uma reportagem da Agência de Notícias UniCEUB publicada em 12 de maio de 2017

Por Beatriz Castilho e Isabella Cavalcante;

Colaboraram Giovanna Pereira e Leonice Pereira

Sob supervisão de Luiz Claudio Ferreira e Katrine Boaventura


 

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